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O que é GRIS: entenda como funciona e como é calculado

Sabemos que o setor de transportes de cargas é suscetível a várias ameaças e muito visado por assaltantes nas estradas e o fato de correr esses riscos influencia até o valor final do frete cobrado pelas transportadoras. A taxa por sofrer essa vulnerabilidade tem nome e chama-se GRIS, que significa Custo de Gerenciamento de Risco e ela visa a cobrir os custos ligados ao combate contra furto, roubo e sequestro de cargas durante o transporte.

Esse percentual é incluso no valor do frete do cliente junto a outras variáveis, como o peso da carga, a quantidade de pedágios e a distância percorrida. Se você atua na gestão de transportes, entender o que é GRIS é fundamental para suas atividades, principalmente para gerenciar melhor seus custos internos. Continue a leitura para entender melhor sobre esse assunto!

Como o GRIS é calculado e quais são as variáveis que influenciam o cálculo?

Entender como a taxa do custo por gerenciamento de risco é cobrada é fundamental, pois ela apresenta uma base para que a empresa possa adotar uma política de preços de acordo com os que são praticados pelo mercado. O valor desse percentual não incide sobre o peso da mercadoria e, sim, sobre o valor total da compra, aquele que está na nota fiscal.

Apesar de ser composto por diversas variáveis, as quais vamos conferir nos próximos tópicos, o cálculo básico do GRIS foi estabelecido pela Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC& Logística). O órgão padroniza o percentual de 0,30% do valor da nota fiscal, sendo o valor mínimo de R$ 3 por cada CT-e, que é o Conhecimento de Transporte eletrônico, certificado para fins fiscais e que documenta a atividade de transporte.

O cálculo do GRIS também leva em conta a análise de risco de quais tipos de cargas são as mais visadas para a criminalidade, tendo por base a experiência da empresa nesse tipo de situação. Saiba que equipamentos eletrônicos, medicamentos, cigarros, bebidas e alimentos estão entre as cargas que correm mais risco de assaltos, furtos e sequestros.

Possíveis variáveis para a composição do GRIS

Entenda que o GRIS é cobrado em todos os estados brasileiros e a natureza do carregamento é o que torna o produto mais ou menos vulnerável. Além disso, antes de ser transportada, toda carga deve passar por um processo que se chama “gerenciamento de risco no transporte de carga”. Esse tipo de gestão leva em conta algumas variáveis para a composição do valor do GRIS:

  • a natureza dos riscos;
  • os valores envolvidos;
  • os salários dos colaboradores;
  • o seguro da carga;
  • o tipo de produto transportado;
  • os custos operacionais, como escoltas, mensalidades, consulta ao cadastro dos motoristas;
  • o uso de equipamentos especiais para transporte;
  • o tipo de veículo usado;
  • as ferramentas tecnológicas que facilitam o rastreio da carga;
  • o peso da carga, entre outros.

Entenda que o cálculo das despesas referentes ao gerenciamento de risco deve ser embasado de acordo com todas as medidas de segurança implantadas para a proteção da carga e do veículo. Um levantamento do histórico de incidências de roubos, dos valores que já ocorreram e das principais causas é fundamental para conseguir estipular o GRIS com mais precisão.

Como colocar o GRIS em prática?

O primeiro passo para calcular o GRIS é levantar todos os custos envolvidos na segurança da transportação, levando em conta os aspectos que citamos no tópico anterior. Isso vai depender do perfil da empresa, do tipo de transporte oferecido, dos riscos aos quais ela se expõe, do tipo de produto que é transportado e de diversos outros fatores, pois, quanto maior o porte da empresa, mais chances ela tem de levar cargas mais valiosas ou em grandes volumes.

O GRIS é utilizado para que as empresas — tanto transportador quanto embarcador — tenham mais garantia de que a carga chegará em perfeitas condições ou que, se houver incidências no caminho, o prejuízo poderá ser evitado com as medidas de segurança implementadas ou será o menor possível.

Ciente dessas condições e levando em consideração o fato de que dissemos que quanto mais valiosa é uma mercadoria, mais visada pelos criminosos ela costuma ser, vamos exemplificar o cálculo utilizando um eletrodoméstico, que faz parte do tipo de carga que mais sofre assaltos, para você ter ideia de como a conta é feita:

Consideremos a mercadoria como uma televisão de R$ 1.800. Aplicando o percentual de 0,30% do valor da nota fiscal, temos:

  • valor total da mercadoria na nota fiscal: R$ 1.800,00;
  • frete valor (Ad valorem): 0,3%;
  • cálculo: R$ 1.800 x 0,3% = R$ 5,40;
  • valor do GRIS: R$ 5,40.

Quais as dicas para negociar o GRIS?

Estar por dentro de todas as variáveis que influenciam o cálculo do GRIS e realizar o acompanhamento internamente é uma das medidas para saber negociar o valor do frete. Como transportador, é possível utilizar sistemas de inteligência em logística, o TMS (Transport Management System), com o objetivo de ajudar no cálculo do valor e verificar o preço praticado pela concorrência.

Outra dica é sugerir rotas que são menos visadas para assaltos aos clientes, pois, nesse caso, a segurança do percurso também vai representar um ponto favorável de menor risco. Além disso, é possível que a transportadora informe os cálculos considerados na composição do GRIS e, ao lidar com uma embarcadora fiel aos seus serviços, é viável chegar a uma negociação satisfatória e que seja saudável para ambos os negócios.

Tenha sempre em mente que o processo de logística de transportes envolve uma complexidade muito grande na sua gestão, por isso, aposte sempre na simplificação do processo. Por mais que o cálculo do GRIS possa parecer complicado ou gerar controvérsias, compreender o negócio faz toda a diferença para propor um valor efetivo.

Entender o que é GRIS e quais são as variáveis que influenciam o seu cálculo é importante para ter um gerenciamento eficiente do seu negócio e saber quais são os valores destinados para cada despesa. Além disso, quando você o compreende, fica muito mais fácil explicar para os clientes o porquê da cobrança e qual a sua importância para o transporte de cargas.

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