Primeiro emplacamento: como funciona

As placas de carro têm quase a idade do automóvel. Seu primeiro registro se dá na França, ainda no século XIX. O processo é conhecido dos motoristas. Afinal, antes de sair por aí com o carro novo, é preciso passar pelo primeiro emplacamento. 

Até hoje, não há um padrão entre os países. Alguns países, como a Argentina e o Canadá, chegam a usar placas de papel em vez de metal. Mas isso é para usos temporários, avisando que o veículo ainda não foi estampado.

Alguns estados dos EUA dispensam a necessidade da placa na frente do carro, como uma forma de preservar o design original do veículo. Nos próximos tópicos, você descobrirá como fazer o primeiro emplacamento. Boa leitura!

Como fazer o primeiro emplacamento?

Antes de começar a pagar as taxas, veja se há alguma regra prévia no site do Detran do seu estado. Ao comprar o carro, retire os documentos da concessionária. Depois, registre o veículo em até 30 dias. Preencha o formulário do Renavam.

Depois, pague as taxas do IPVA e do seguro DPVAT. Com o registro pronto, procure o Detran ou o Ciretran para começar o emplacamento. Faça a vistoria e, depois, vá ao setor de emissão de documentos. Solicite a autorização para comprar a placa.

A partir daí, vá ao Detran e solicite o CRVe. Com ele, poderá emitir um CRVLe no próprio site do Detran ou em outros serviços públicos online, como o app da carteira digital de trânsito. 

Qual o prazo?

Ao comprar o carro, uma das primeiras obrigações é o licenciamento para pôr as placas. Várias concessionárias já o oferecem. No entanto, algumas pessoas preferem fazer o serviço por conta. O prazo máximo para rodar com o carro sem placas é de até 15 dias.

Essa contagem se dá da data de emissão de nota fiscal. Por isso, tome cuidados como:

• rodar só no trajeto da loja até seu município;
• não dirigir de noite, nos fins de semana e nos feriados, dias em que as empresas de emplacamento não abrem;
• carregar a nota fiscal no carro;
• Se a placa for roubada, faça um boletim de ocorrência. Seja rápido. Assim, ficará resguardado caso ela seja usada por outra pessoa indevidamente.

Como fazer a documentação?

A compra do carro zero envolve gastos consideráveis, que vão além do preço. O primeiro emplacamento e a documentação têm seu custo. O primeiro passo é fazer o registro em até 30 dias depois da nota fiscal, para conseguir o CRV. 

É o documento que permite o emplacamento e a concessão do CRLV, o documento de licenciamento. Veja a necessidade de agendar um horário no Detran e comparecer para emitir os certificados. Os preços variam de acordo com a cidade.

Separe:

• RG;
• CPF;
• CNH;
• comprovante de residência;
• formulário do Renavam preenchido;
• nota fiscal da compra;
• contrato original e cópia.

Depois, pague as taxas do emplacamento, escolha a placa e dê entrada no CRV. 

A placa Mercosul é obrigatória?

A placa Mercosul é obrigatória no Brasil desde 2020. A ideia é facilitar a identificação e diminuir o risco de clonagem. A ideia vale para o primeiro emplacamento ou transferência de veículo. O modelo é diferente das placas tradicionais.

Ele tem fundo branco, com três números e quatro letras. A cor indica a categoria. Na primeira vez que a placa apareceu, a sensação era de que seria mais larga do que a convencional. A razão é o design similar ao das placas da União Europeia.

A versão da UE tem 52 cm de largura. No entanto, a brasileira não segue o padrão. Ela mantém as mesmas dimensões da anterior. Não é preciso adaptar. São 40 cm de largura e 13 cm de altura.

Quais são os gastos adicionais?

Os gastos da compra de um carro vão além do preço, e você precisará arcar com custos administrativos, IPVA, emplacamento e seguro DPVAT. Prepare-se para investir, em média, 5% a 8% a mais do que planejou. Isso sem considerar o valor do seguro.

É comum se envolver afetivamente com o carro e esquecer de estimar os custos para tirá-lo da concessionária. Ao comprar o veículo zero, faça as contas e saiba o que realmente sairá do seu bolso, não só o preço do carro em si.

É sempre bom ter uma sobra no orçamento de, ao menos, 5% do valor do carro. Assim, conseguirá pagar todos os custos que sua nova conquista trará. Do contrário, a felicidade de ter um carro novo se torna uma dor de cabeça.

Quais são as mudanças na nova placa?

Além do novo design, a placa padrão Mercosul trouxe algumas novidades. A principal é a sequência alfanumérica. O sistema original tinha três letras e quatro algarismos (AAA-0000). Esse, será trocado por um com três números e quatro letras (AAA0A00).

Para quem vai migrar da placa antiga para a nova, o Detran criou um sistema de adaptação. A nova versão mantém todas as letras da anterior, assim como três dos quatro números. Só um será trocado, o segundo.

Esse será substituído por uma letra. A letra representa o número de acordo com a contagem do alfabeto: “0” vira “A”, “1” vira “B”, “2” vira “C” e assim por diante. A placa “MOV-2012”, por exemplo, ficaria “MOV2A12”.

Quais são as armadilhas ao comprar um carro novo?

O primeiro cuidado é a venda casada. Você não precisa, obrigatoriamente, de despachante. Ainda que queira o auxílio de um, pode escolher o de sua preferência. Se um vendedor condiciona a venda a fechar contrato com um despachante da escolha dele, procure o Procon.

Outro cuidado é o de pagar por algo que é de série. Alguns veículos trazem como brinde, por exemplo, tapetes de série e protetores de cárter. Ligue o sinal de alerta se o vendedor decidir vendê-los. Desconfie também de carros “zero” com mais de 10 km rodados no hodômetro.

O primeiro emplacamento, portanto, é fácil de ser feito e costuma acontecer ao encaminhar os documentos. Deixar de realizá-lo implica em uma infração. Veja nosso post sobre como se preparar para o pagamento de IPVA, DPVAT e licenciamento.