Saiba como fazer o controle de quilometragem de maneira adequada
Coletar dados e fazer o controle de quilometragem simultaneamente pode parecer uma tarefa trabalhosa, mas se torna simples com o recebimento de dados de telemetria veicular e a análise do hodômetro.
A telemetria não é uma prática tão recente, embora não tivesse originalmente esse nome. Um exemplo é o dos experimentos de James Watt monitorando as condições dos motores a vapor no século 18. Isso ocorria por meio de dispositivos mais rudimentares, como medidores de pressão de mercúrio.
Com o passar do tempo, a tecnologia evoluiu e passou a se aplicar na gestão de frotas. Assim, a ideia deste texto é contar como fazer o controle de quilometragem e qual é o papel da telemetria veicular. Vamos lá?
O que é a telemetria veicular?
A telemetria é a prática de coletar dados em pontos distantes e fazer sua transmissão de forma automática para receptores. A palavra tem origem nos termos gregos “tele” e “metron”, que significam “remoto” e “medida”. Assim, ela é principalmente usada para definir os sistemas que funcionam sem fio, como os de rádio ou infravermelhos.
Na telemetria veicular, o sistema é feito para que o gestor de frota consiga ter acesso aos dados. Há até um campo de estudos para isso: a “telemática”, um termo que tem origem nas palavras do francês “télécommunications” e “informatique” (equivalentes aos nossos “telecomunicações” e “informática”).
Na telemática, há a união de tecnologias veiculares, engenharia elétrica e, como o nome sugere, informática e telecomunicações. A telemetria depende do telêmetro, um sensor usado para coletar as informações. Sistemas de rastreamento de veículos, monitoramento de reboque e segurança veicular são exemplos de telemetria.
Como a telemetria veicular funciona?
A telemetria veicular serve para trocar informações entre uma frota de veículos e a gestão, funcionando a partir de serviços de internet ou aplicativos e, às vezes, com o uso de mapas virtuais que ajudam a visualizar as posições e as rotas dos veículos. Aqui, a comunicação acontece sem fio e depende de rádio, dados móveis ou satélite.
Os sistemas ajudam a fazer o controle da quilometragem e, em alguns casos, têm dispositivos que permitem aos motoristas fazer registros. Mas a maior parte não tem opções para texto arbitrário, possibilitando apenas mensagens numéricas. A ideia é útil para enviar, por exemplo, informações sobre quilômetros rodados.
Em sistemas modernos, você pode ter acesso a dados como peso, consumo de combustível e informações do motor. Um exemplo é a FMS, uma interface usada por fabricantes europeus como Volvo e Scania. Aqui, há desde a velocidade do veículo até a temperatura do líquido do motor.
Como fazer o controle de quilometragem?
Você pode começar o controle de quilometragem pelo hodômetro, o equipamento que é usado para medir a distância do veículo e que fica no painel. A medição pode ser mecânica, eletrônica ou uma mistura dos dois (eletromecânica). Mas a maior parte dos hodômetros faz a contagem por meio das rotações da roda, calculando a distância a partir daí. Isso significa que, se os pneus estiverem desgastados ou com nível de pressão incorreto, as informações não vão ser confiáveis.
Os registros de manutenções, com anotações sobre a quilometragem, podem dar pistas de se há algo de errado com o hodômetro. Com o controle da quilometragem, você tem um monitoramento dos intervalos de manutenção. Isso porque boa parte das recomendações de manutenção se define a partir de uma determinada quantidade de quilômetros percorrida.
Uma das vantagens da telemetria veicular é justamente a coleta de informações do hodômetro. Com a quilometragem mensal em mãos, você pode dimensionar melhor gastos como o consumo de combustível.
Por que reparar no hodômetro?
Os hodômetros mecânicos funcionam a partir de um cabo flexível. Há uma engrenagem que engata no eixo de saída, e a relação de transmissão é calibrada de acordo com uma pequena roda. Aqui, o dispositivo costuma depender de uma série de engrenagens helicoidais para ajudar os giros de acordo com um conjunto de pinos.
Há uma série com quatro dígitos giráveis. São eles que revelam a quilometragem do veículo considerando a distância percorrida. Mas uma das vulnerabilidades dos hodômetros mecânicos é o fato de serem rebobináveis, já que dependem de relações de engrenagens. Uma cena famosa retratando o fenômeno aparece no filme Curtindo a Vida Adoidado.
Já os hodômetros digitais funcionam de forma diferente, usando um ímã para gerar tensão em um captador. A partir dos pulsos, um sistema computadorizado registra os giros. A ECU faz a contagem e os valores não são rebobináveis. A partir daí, os dados vão do veículo para o painel e as informações são projetadas.
A telemetria veicular vale a pena?
A telemetria é como colocar os gestores de frota no banco do motorista. Seu objetivo é simplificar o rastreamento da frota e manter as coisas em boa forma. Desse modo, ela trouxe a possibilidade de, com poucos cliques, conferir em que condições estão os veículos e os motoristas. Assim, alguns veículos até oferecem a telemetria como um recurso padrão.
A telemetria representa várias vantagens. Por exemplo, recursos como o geofence, um perímetro virtual que pode ser configurado no mapa. Aqui, você pode especificar uma área de operação e, caso os veículos saiam dela, receber um alerta. A ideia ajuda na hora de notificar roubos, entre outros benefícios.
Em alguns sistemas, é possível configurar um limite de tempo. Assim, se o veículo cruzar o perímetro fora de tal período, você também é notificado. O nível de detalhe pode ajudar a monitorar direção imprudente. Por fim, você passa a ter vantagem na manutenção, já que acompanha itens como combustível e condições do motor.
O controle de quilometragem é simples e a atenção principal dos gestores é ao hodômetro. Os digitais tendem a ser mais confiáveis, principalmente se acompanhados por um sistema de telemetria veicular que permite coletar dados de forma remota.
Para os gestores de frota, os TAGs de pedágio são outra solução possível. Por meio deles, torna-se viável abastecer antecipadamente o valor, fazer um cálculo prévio das tarifas e seguir um caminho roteirizado.
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