Free Flow: saiba o que é e como está sendo feito no Brasil
Você já ouviu falar do pedágio free flow? As praças de pedágio existem para sustentar as empresas que gerenciam a rodovia e para financiar sua manutenção. A cobrança também financia alguns serviços que são direito dos motoristas, como telefone para ligações e primeiros socorros.
A sua forma de cálculo envolve a quantidade de quilômetros cobertos pela administradora da rodovia — geralmente, com o valor mudando de acordo com a quantidade de eixos do veículo.
Só que o pedágio free flow mudou essa lógica, eliminando as cabines de pedágio e criando uma tarifa por quilômetro rodado. Assim, o objetivo do texto é contar um pouco sobre como funciona o pedágio free flow. Boa leitura!
O que é o pedágio free flow?
O sistema free flow é um modelo de pedágio que dispensa as praças de cobrança físicas, contando com fluxo livre e pagamento proporcional aos quilômetros rodados. O sistema já existe em vários países europeus e ganhou espaço no debate público brasileiro recentemente.
Na América Latina, o Chile é um dos países que pôs o modelo em prática. Com o pedágio free flow, não vai ser preciso parar o veículo para fazer o pagamento da tarifa. Aqui, a cobrança acontece de forma eletrônica por um sistema de identificação.
A ideia é que, com o uso da rodovia, haja uma cobrança que vai ser emitida para o pagamento. Por exemplo, com o envio de um boleto para o motorista. A forma de cálculo faz com que os motoristas só paguem o que percorreram.
Como funciona o pedágio free flow?
O pedágio free flow faz com que não existam mais filas para pagar as tarifas. As cobranças seguem sistemas inteligentes que identificam a placa por câmera ou interagem via radiofrequência com TAGs de pedágio.
Aqui, a tendência é que os valores sejam mais baratos do que no pedágio tradicional. Isso acontece porque os valores das tarifas mudam de acordo com o trecho percorrido. Uma rodovia que originalmente teria cobertura de muitos quilômetros e uma tarifa mais cara pode ser barateada ao rodar uma distância mais curta dela.
Nesse caso, o motorista não paga a tarifa cheia. Quem tem mais eixos ainda paga mais, mas, nesse caso, a cobrança também funciona de forma proporcional. A taxa é multiplicada pelos quilômetros, assim como nos motoristas de carro.
Como o pagamento é feito?
A identificação dos carros acontece pelas tecnologias de identificação em praças sem cancela. O carro passa por uma velocidade específica para identificar o veículo. Embora tecnologias como a instalação de chips em placas possam ser desenvolvidas, a principal forma de cobrança automática é o TAG.
A etiqueta de radiofrequência é instalada no para-brisa. No fim do mês, uma fatura chega no endereço do motorista, com as cobranças proporcionais à quantidade rodada. Assim, o sistema funciona de uma forma similar às cobranças automáticas que já existem.
No Brasil, a ideia veio de um projeto de lei para transformar todas as praças de pedágio em cobranças proporcionais sem parada. O objetivo é fazer um pagamento mais justo e baratear as viagens.
A ideia já está em vigor no Brasil?
O pedágio free flow foi adotado oficialmente pelo Brasil em 2021, embora sua implementação demore para acontecer. A Lei n° 886/21 prevê a implementação dos pedágios automáticos com cobrança sob medida.
A proposta é mudar todos os pedágios e universalizar o modelo automático, assim extinguindo a necessidade de parar nas cabines, fazendo com que a passagem seja livre, economizando tempo e evitando o cansaço dos motoristas.
Embora a proposta seja muito parecida com a das empresas que trabalham com TAGs, há a vantagem de uma cobrança justa. A tecnologia já é usada há mais de 20 anos na Europa e na América do Norte. Os detalhes vão ser explorados nas novas concessões.
Onde o pedágio free flow é implementado?
A primeira rodovia federal com pedágios sem cancela é a Rio-Santos. O novo sistema pode gerar uma economia de até 70%. A leitura é feita pelo TAG e pela placa. Os que não têm TAG podem pagar pelo Pix, por WhatsApp ou pelo app da concessionária.
A partir da experiência-piloto na Rio-Santos, o sistema vai ser expandido para outras rodovias. Quem não pagar em 15 dias comete uma infração grave, com cinco pontos na CNH e multa de 195,23 reais.
A operação é prevista para valer em março de 2023 em Itaguaí, Mangaratiba e Paraty. Mas os testes já começam no final de janeiro, com uma operação assistida. O sistema não exige a diminuição da velocidade, como a cobrança automática tradicional, trazendo ainda mais fluidez.
Quais são os benefícios do pedágio sem barreiras?
O pedágio free flow se destaca por trazer uma cobrança mais justa. O novo preço se baseia na distância, o que gera uma promissora expectativa de economia. A praticidade é outro destaque.
Com o modelo, o motorista não vai precisar passar pelas cabines, independentemente de serem manuais ou automáticas. Ainda assim, o pedágio free flow pode enfrentar algumas dificuldades.
Isso acontece porque uma boa parcela da população ainda não faz pagamentos automáticos, com muitas pessoas acostumadas ao pagamento tradicional na cabine. Por isso, há uma mudança cultural pela qual a população vai precisar passar. Outro desafio é técnico, já que as estradas menores são algumas das mais usadas por brasileiros.
Quais são as alternativas a esse pedágio que ainda tem barreiras?
Para os que querem uma alternativa nos pedágios tradicionais, basta apostar no uso de TAGs em veículos. Com as etiquetas de radiofrequência, você pode seguir as trilhas marcadas para pagamento automático e passar pelas cabines específicas. Assim, você não pega fila, mesmo em pedágios comuns.
O pedágio free flow dispensa as praças físicas e traz o pagamento proporcional para a realidade brasileira. O sistema é popular em outros países e traz a possibilidade da cobrança justa. Além do barateamento dos custos, a praticidade se destaca entre os pontos fortes, assim como a economia de tempo.
Ainda com o avanço do pedágio free flow, a mobilidade urbana segue sendo repleta de desafios. Isso aumenta a importância de entidades como a Associação Brasileira das Empresas de Pagamento Automático para Mobilidade, projetada para contribuir com propostas e incentivar as melhores práticas. A entidade une os esforços de grandes empresas, nas quais a Move Mais está inclusa.
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